“Foi desafiador e apaixonante”, destaca Zé Carlos Machado

Zé Carlos Machado tem dado um verdadeiro show de interpretação no papel do implacável faraó Seti I em Os Dez Mandamentos. O personagem se despede da novela nesta semana, depois de ser envenenado por Yunet (Adriana Garambone). Em entrevista ao R7, o ator comenta a experiência de ter um papel de destaque na primeira novela bíblica do mundo.

Zé Carlos Machado conta que se sentiu muito lisonjeado ao ser convidado para participar de Os Dez Mandamentospelo diretor artístico da Record, Fernando Rancoleta, e pelo diretor-geral da novela, Alexandre Avancini.

— Quando Alexandre me falou sobre as intenções para a realização da obra, e li os primeiros episódios escritos pela Vivian de Oliveira, me convenci e também fiquei encantado com as possibilidades estéticas que uma obra desta envergadura oferecia a todos os criadores envolvidos. Produção, direção, cenografia, arte, maquiagem, figurinos, atores, teriam fértil terreno para o exercício criativo  e lúdico para que a magia se estabelecesse. Tive fé, confiança e, claro, quis participar deste acontecimento.

O ator se dedicou muito durante a preparação para o personagem. Ele explica que estudou sobre diversos assuntos relacionados ao Egito: a civilização, sua organização política e social, cultura, mitos e rituais.

— Para mim, interpretar o Faraó Seti I foi desafiador e apaixonante. Exigiu muito estudo. A religiosidade egípcia delegava ao faraó poderes divinos, era considerado o Deus Vivo na Terra. Portanto, o poder econômico, militar, a vaidade e arrogância, faziam parte deste império. Um império que, como outros, foi construido submetendo outros povos a um regime escravagista, no caso de nossa história, principalmente os hebreus.

Sobre o visual que precisou aderir para interpretar o personagem, Zé Carlos diz que aprovou. O ator aproveitou para explicar que ficar careca e depilar o corpo faziam parte de um conceito de higienização utilizado no Egito.

— Era uma proteção contra a poeira, a areia que com o vento impregnava nos cabelos do corpo. E pintar os olhos era proteção contra o excesso de luminosidade naquela geografia tanto que os escravos eram considerados porcos, vermes nojentos. Pessoalmente, gostei muito sim, principalmente no verão carioca. É uma delícia! Até entendi melhor esta necessidade entre os egípcios.

De acordo com Zé Carlos, o ambiente proporcionado pela trama, que envolvia cenários, maquiagem e figurinos especiais ajudavam a entrar no personagem e a construir um clima agradável entre o elenco.

— Esta aventura lúdica impregnava o elenco, e ajudava sobremaneira, que houvesse um ambiente de muita harmonia. Não só o elenco, mas camareiros, maquiadores, todos eram impregnados de bom humor, sem perder o foco e a responsabilidade do trabalho, mas executando suas funções com alegria e trabalho com alegria rende qualidade. Era visível o prazer de cada um em suas tarefas. Tudo isso gera um ambiente propício para o ato criativo.

Pai de Ramsés e avó de criação de Moisés, Seti I nunca escondeu seu desprezo pelo hebreu, sempre tentando afastá-lo do filho. O ator elogia o trabalho de Sérgio Marone e Guilherme Winter, intérpretes dos personagens, e adianta que o público pode esperar muitas emoções da dupla.

— Fico radiante que protagonizem esta monumental obra, pois talento eles têm de sobra. Meu trabalho também tinha a função de criar dificuldades para ambos, porque dramaticamente tem importância para o futuro das relações entre Ramsés e Moisés. O melhor ainda está por vir, porque a obra tem fôlego para uma vida longa.

Por temer que os hebreus se aliem aos inimigos do Egito, já que são fortes e numerosos, Seti influencia o povo contra os hebreus e os escraviza de forma implacável. o ator confirma a crueldade de seu personagem, mas destaca que, como faraó, ele tinha a obrigação de defender os interesses do Egito.

— Seti era poderoso e cruel sim, com qualquer ameaça ao estado egípcio. Lembremos que era um período histórico de conquistas e invasões. E o Egito também era alvo de cobiça de outros povos, pela sua riqueza, e por estar estabelecido às
margens do Rio Nilo, local privilegiado. E lembremos que o Faraó também acreditava ser o responsável pela ordem cósmica. Os hebreus, ele acreditava , que também pudessem  ser uma ameaça. Eram muitos, e fortes, e ele temia uma possível rebelião.

Em sua última gravação no RecNov, complexo de estúdios da Rede Record, Zé Carlos Machado foi surpreendido com uma linda homenagem organizada pelo elenco e pela produção da novela.

— Fiquei emocionadíssimo com o carinho em minha despedida. Sempre me senti muito acolhido na casa. Minha última cena gravada foi especialmente emocionante, foi com o com o amigo Guilherme (Winter). Apesar de ser um delírio de Moisés no deserto, de alguma maneira mostrava uma humanidade de Seti, quando ele confessa a profunda admiração pelo nosso herói.


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