Após reformas que somam R$ 17 milhões, Rei Pelé apresenta problemas

 

 

Maior templo do futebol alagoano, o Estádio Rei Pelé passa por uma série de problemas estruturais, que vão dos banheiros, passando pelas cadeiras e chegando até o placar eletrônico. Em 2010, houve uma grande reforma que teve investimento de cerca de R$ 12 milhões. Já para ser Centro de Treinamento de Seleções para a Copa do Mundo de 2014, o Trapichão teve melhorias que custaram cerca de R$ 5 milhões.

Principalmente após estrondos ouvidos na cadeira especial pelos torcedores no jogo entre CSA e CEO, no local onde havia uma rachadura vista no dia 8 de fevereiro, foi dada mais atenção por parte dos administradores do estádio e da imprensa para os detalhes da estrutura do Trapichão. Desde então, o segundo piso do estádio está interditado até que os relatórios estruturais da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) sejam concluídos.

Mas antes disso, a reportagem do TNH1 detectou alguns problemas existentes no estádio que vão além da rachadura na cadeira especial e os questionou aos administradores do Estádio Rei Pelé, encabeçado por Thiago Bonfim. Mas antes de responder às perguntas, ele fez algumas considerações.

“Hoje a gente é vinculado à Secretaria de Educação, então qualquer coisa que a gente tenha que resolver dependemos do aval da Educação. Então, estamos na iminência da criação da Secretaria de Esportes e Juventude (cuja secretária é Claudia Petuba). A partir da criação da secretaria, teremos mais autonomia para resolver qualquer que seja o problema do estádio ou do esporte e juventude em geral. A gente, logicamente, já detectou muita coisa (errada). Uma boa parte do que foi citado tinha sido detectada e outras não”, disse.

Thiago Bonfim: A gente já tinha detectado, inclusive já chamamos uma pessoa para fazer o orçamento. É algo que tem uma complexidade até mesmo para achar um responsável para fazer esse tipo de manutenção, porque é um material muito específico e não é achado facilmente no mercado alguém que opere ele (placar). Dependendo do valor, isso também vai depender da criação da secretaria. Mas o próprio telão também veio faltando algumas coisas, quando foi colocado em 2010, como por exemplo a coberta. Então teve alguns problemas que acho que contribuíram para a deterioração do placar eletrônico.

Thiago Bonfim: O que aconteceu ali foi que teve uma chuva que foi quatro vezes mais do que o esperado. A gente também tem que levar em consideração essas questões, que afetaram tanto o telão quanto a parte dos vestiários. A questão do corredor dos vestiários dos jogadores não teve problema.

O que teve foi nos vestiários dos árbitros e nos vestiários antigos, que alagaram. Os dos jogadores não. Ao menos assim eu soube. Nesse dia, relocamos os árbitros para uma área isolada, sem o acesso da torcida, e eles entraram (no campo) de maneira totalmente segura. Então quando entregarem a obra (de melhorias), isso não será mais problema. Essa obra era para ter sido entregue na gestão passada (do ex-secretário adjunto Jorge VI, e está em andamento até hoje).Thiago Bonfim: a pista atlética não inundou. Isso acontecia antes. Foi tirado todo o barro e colocado um areado com a pista correta. Quando era colocado barro, a água não tinha como drenar e ficava melando. Então esse barro foi tirado para ser colocado o areado para acabar o problema. No jogo CSA x ASA eu pude verificar que realmente tinha um alagado na pista em um trecho, mas ali foi porque um dos bueiros entupiu, mas foi mexido e quando começou o jogo já não tinha mais.

Thiago Bonfim: O pessoal da gestão antes da nossa resolveu tirar. A iluminação, de certa forma, (atualmente) atende bem e não tem nenhum ponto que fique escuro na arquibancada e nos corredores. Para uma questão de economia, se bem entendi, retiraram algumas lâmpadas. O custo estava sendo muito alto (de energia elétrica) e quando desativaram algumas atendeu bem a iluminação do local. Não é por falta de lâmpada ou que estivessem quebradas, mas foi uma opção para economizar para o estado.

O integrante do setor de administração do estádio, Otávio Quadros, completou: vocês podem até ver que quando os refletores são acesos antes do jogo é ligada apenas uma torre (de cada lado), a pedido da Secretaria da Fazenda (para economia de energia).

O eletricista do Rei Pelé, Valdemar da Silva, que também acompanhava o secretário, falou que: a gente liga primeiro três lâmpadas de uma torre só, são 16 lâmpadas nas torres das pontas e 18 nas do meio. Ao todo são 100 lâmpadas, 50 de um lado e 50 do outro. Então a gente liga três de cada lado antes do jogo para iluminar, porque o gasto de dinheiro é grande. Cada lâmpada são 2 mil watts de potência. Quando alguma queima, o serviço de reparo é acionado e no outro dia a gente repõe a lâmpada.

- TNH1: Muitas cadeiras das arquibancadas estão quebradas há muito tempo e nunca foram repostas. Por volta de 2013, torcedores quebraram algumas no lado do placar em um clássico e na época o ex-secretário Jorge VI disse que cobraria de uma organizada o valor para reposição, só que até agora não foram repostas. Tem alguma previsão para reposição?

Otávio Quadros: em um jogo do CRB me parece que teve cinco cadeiras quebradas e a torcida do CSA, em um clássico, quebrou 50 cadeiras daquele lado (do placar). Mas na época o Ministério Público fez a cobrança (para uma organizada do CSA), entre R$ 2.500 a R$ 2.800, e a torcida disse que não tinha dinheiro (para concerto) e pagaram em serviço. Durante seis jogos, eles teriam que vir no dia seguinte limpar o estádio. Mas só vieram após um jogo e não vieram mais. Comunicamos ao Dr. Max Martins (promotor de Justiça) e até hoje não foi resolvido. Tem muitas cadeiras também que estão enferrujando, mas nós temos as cadeiras (reservas), mas está faltando a longarina (base para prender a cadeira).

Thiago Bonfim: hoje a gente tem um problema de recurso, porque a secretaria ainda é adjunta da Educação e não temos um orçamento próprio. Então teremos facilidades para resolver problemas a partir da criação da secretaria (do Esporte e Juventude). Para a gente dar uma posição sobre essa questão de como vai tratar a reposição das cadeiras teremos que ver a questão dos recursos. A gente também tem que olhar o contrato (para aquisição das cadeiras, que foram colocadas em meados 2010) e ver se previa reserva de astes (longarinas). Isso a gente não tem conhecimento, mas quanto às cadeiras algumas sobraram porque onde ficam as torcidas organizadas não foram instaladas cadeiras e elas ficaram de reserva, mas não vieram as longarinas.

Acho que o Ministério Público tem que entrar no ‘circuito’ sobre essa questão da cobrança, da manutenção e segurança do estádio, como tem feito com muita propriedade. Outro problema é que o pessoal pula nas cadeiras, então não adianta colocar uma cadeira da melhor qualidade porque ela não vai resistir. Por isso não é tão simples ficar colocando cadeira sempre que são quebradas. Então isso também passa pela educação do torcedor. É importante que ele tenha esse cuidado e atenção para que não caminhe em cima das cadeiras.

- TNH1: Os banheiros das cadeiras especiais não têm ralo. Verificamos isso no dia em que houve a coletiva da secretária Claudia Petuba. Estava sendo feita a limpeza por parte dos funcionários e a água suja saia escorrendo pelas cadeiras, “inundando” o chão e molhando os calçados de quem passava por ali. Algo será feito quanto a isso?

José Dilmo (Baiano), encanador, que também acompanhava o administrador do estádio: A empresa [Telesil] quando fez esses banheiros, simplesmente deixou os banheiros sem água, sem ralo e sem registro geral. A água deles é direta, se tiver que fechar, devido uma torneira quebrada tem que subir na marquise.

Thiago Bonfim: Isso é outro assunto que a gente vai tratar, em reuniões próximas, com a Secretaria de Infraestrutura. Todas as obras aqui são feitas via Seinfra. Vamos cobrar, mas a obra já venceu, tem mais de 5 anos.

- TNH1: Ainda sobre limpeza, é comum membros da imprensa reclamarem das cadeiras e bancada sujas em baixo das cabines de rádio. O que pode ser feito?

Thiago Bonfim: A área da imprensa é de muita incidência de maresia. Inevitavelmente, independente do dia, se a gente limpar de manhã a tarde ela estará suja. O nosso estádio de futebol está propenso a isso, é a localização dele. Para a gente tentar diminuir isso, nós podemos diminuir o tempo de limpeza. Vamos limpar em um momento que seja mais próximo do jogo, para ver se minimiza o problema.O integrante do setor de administração do estádio, Otávio Quadros, completou: vocês podem até ver que quando os refletores são acesos antes do jogo é ligada apenas uma torre (de cada lado), a pedido da Secretaria da Fazenda (para economia de energia).

O eletricista do Rei Pelé, Valdemar da Silva, que também acompanhava o secretário, falou que: a gente liga primeiro três lâmpadas de uma torre só, são 16 lâmpadas nas torres das pontas e 18 nas do meio. Ao todo são 100 lâmpadas, 50 de um lado e 50 do outro. Então a gente liga três de cada lado antes do jogo para iluminar, porque o gasto de dinheiro é grande. Cada lâmpada são 2 mil watts de potência. Quando alguma queima, o serviço de reparo é acionado e no outro dia a gente repõe a lâmpada.

- TNH1: Muitas cadeiras das arquibancadas estão quebradas há muito tempo e nunca foram repostas. Por volta de 2013, torcedores quebraram algumas no lado do placar em um clássico e na época o ex-secretário Jorge VI disse que cobraria de uma organizada o valor para reposição, só que até agora não foram repostas. Tem alguma previsão para reposição?

Otávio Quadros: em um jogo do CRB me parece que teve cinco cadeiras quebradas e a torcida do CSA, em um clássico, quebrou 50 cadeiras daquele lado (do placar). Mas na época o Ministério Público fez a cobrança (para uma organizada do CSA), entre R$ 2.500 a R$ 2.800, e a torcida disse que não tinha dinheiro (para concerto) e pagaram em serviço. Durante seis jogos, eles teriam que vir no dia seguinte limpar o estádio. Mas só vieram após um jogo e não vieram mais. Comunicamos ao Dr. Max Martins (promotor de Justiça) e até hoje não foi resolvido. Tem muitas cadeiras também que estão enferrujando, mas nós temos as cadeiras (reservas), mas está faltando a longarina (base para prender a cadeira).

Não tem uma fórmula mágica para resolver isso definitivamente, o que podemos fazer é isso, encolher o tempo da limpeza em relação ao jogo. Nem pode ser tão próximo assim, pois tem um momento que abrimos os portões para os baristas, pros gandulas e a própria imprensa chega cedo para instalar os equipamentos.

Otávio Quadros: Agora tem vezes que a própria imprensa é quem suja o local. Muitas vezes eu vi o cara da imprensa, que chega cedo, compra o amendoim, come e fica jogando (as cascas) para a arquibancada. Quando o torcedor entra no estádio, as cadeiras estão sujas. Nós limpamos. Quem sujou? A imprensa. Outras vezes o pessoal chega com os fios dos equipamentos e jogam as fitas isolantes no chão. Quando o pessoal vai almoçar, jogam o marmitex no chão.

- TNH1: Já no banheiro da imprensa, nunca foi colocado sabão para lavar as mãos. Isso será colocado algum dia?

Thiago Bonfim: O sabonete a gente tem como providenciar, isso não é problema.

- TNH1: Por fim, a imprensa e também torcedores são frequentemente incomodados por conta dos mosquitos, principalmente no final de tarde. Apesar de não ser um problema administrativo, há algo que pode ser feito como paliativo?

[Risos de todos]

José Dilmo (Baiano), encanador: É feito a vistoria dos agentes de saúde no estádio e até no fosso existe um criatório de peixes para evitar criatórios de mosquitos.

Thiago Bonfim: Tem uma hora que é inevitável, é da região. O pessoal do fumacê já pediu para trabalhar dentro do estádio, atuou aqui, mas não resolve.

OBS: Fotos tiradas antes e depois dos jogos CSA x ASA, no dia 18 de fevereiro pelo Campeonato Alagoano, e CRB x Campinense no dia 19 de fevereiro pela Copa do Nordeste (todas as fotos estão disponíveis no final da matéria).

 

Fonte: TNH1


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